Outrora presente em nosso catálogo na versão fac-símile, lançada agora em uma edição completamente nova, revisada e diagramada, em capa brochura. Seja você clérigo, leigo, acólito ou estudioso da liturgia, essa obra não poderá ficar de fora da sua biblioteca. Inúmeras informações para consulta reunidas num só livro.
Prefácio
O presente livro deve a sua origem a um fato muito simples. Perguntaramnos um dia sobre o que significa Perícopa dominical.
No caminho para o convento não nos deixou o pensamento de como seria sumamente proveitoso que os fiéis adquirissem o conhecimento mais vasto possível das coisas litúrgicas. O desejo de lhes proporcionar esse conhecimento concretizou-se na resolução de editar um dicionário litúrgico.
Tratamos, pois, desde logo de descobrir na biblioteca do convento as fontes para semelhante trabalho: livros litúrgicos, tratados modernos de Liturgia, monografias, dicionários eclesiásticos, etc.
Demos princípio ao trabalho preliminar com a composição de um índice de palavras em ordem alfabética, no que nos valeram os índices existentes nos livros citados. Começamos ao mesmo tempo a elaboração nas horas em que o dever do nosso ministério não nos impedia.
Estava o trabalho nessa altura quando um confrade, sabendo da nossa intenção, nos obsequiou com um dicionário litúrgico moderno (o do Abbé Migne é antigo e muito deficiente), escrito em alemão e editado em 1922 pelo Jesuíta José Braun, autor conhecido como de alta competência em assuntos litúrgicos. Se bem que nos propusemos um escopo algo diferente foi, contudo, esse livro uma nova e valiosa fonte tanto para completar o índice como para o estudo da matéria.
Cingimo-nos, nesse dicionário, da preferência ao Rito latino, ocupando--nos dos outros somente quando se oferece um assunto de particular interesse.
Quis o bom Deus que pudéssemos publicar a nossa obra, depois de anos de trabalho, por ocasião da celebração do VII centenário da canonização do Seráfico Padre São Francisco.Nisso temos especial prazer.
Francisco infiltrou em sua Ordem a mais completa adesão à Santa Sé Romana. Uma demonstração desse seu espírito, eminentemente católico, é o preceito que deixou expresso na Regra de sua primeira Instituição de se rezar o Ofício divino segundo observava a Cúria Romana, isto é, a igreja papal. O mesmo
exigiu para a Santa Missa em carta dirigida ao Capítulo, pelo ano de 1224. O alcance desses preceitos era incisivo, porque tornou os Frades Menores os mais prestantes propugnadores da unificação da Liturgia romana como existe hoje.Apenas 16 anos depois da morte do santo Fundador, o franciscano Haymão, Geral da Ordem de 1240 a 1244, recebeu do Papa o importantíssimo encargo de coordenar e completar as rubricas, tanto do Breviário como do Missal. Os livros litúrgicos, revistos de acordo com essas rubricas, foram impostos a todas as igrejas de Roma pelo Papa Nicolau III (1277 a 1280) e no fim do século XIV essa obrigação foi estendida também à própria igreja de Latrão.
Como as reformas posteriores da Liturgia da Missa foram de somenos importância deduz-se que o Missal do Rito romano de hoje se deve à influência da Ordem dos Frades Menores. Mas, isso vale também quanto ao Breviário, porque todas as reformas por que passou, até a mais recente de Pio X, não se realizaram sem a influência das tradições e dos trabalhos dos Franciscanos.
Fazemos votos para que o dicionário litúrgico (que, segundo nos consta, não tem semelhante em língua portuguesa) possa contribuir para aumentar sempre mais, nos leitores, o amor à Liturgia com que diariamente a Igreja celebra o seu culto.
Petrópolis, 16 de Julho de 1928.
Frei Basílio Röwer, O. F. M.
- Capa: Brochura